quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Norte Pioneiro pode ter mais uma termelétrica

 A Copel está fazendo um estudo para construir uma segunda usina termelétrica movida a carvão no Paraná, que será batizada com o nome Norte Pioneiro. O estudo deve estar pronto em 2015. Segundo o projeto inicial, a nova usina vai se localizar entre os municípios de Figueira e Sapopema e terá potência de 350 megawatts (MW), capacidade 35 vezes maior que a potência atual da termelétrica de Figueira.

A capacidade de geração da nova usina deve ser quase a mesma da Usina Hidrelétrica de Mauá, ativada recentemente no Rio Tibagi, e com potência de 360 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade com um milhão de habitantes.

O presidente da Copel Geração e Transmissão, Sérgio Lamy, diz que a empresa vai participar da licitação na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para confirmar o interesse em explorar a nova usina, que será movida com o carvão mineral a ser explorado em minas de Sapopema.

Segundo ele, a previsão é que a usina entre em operação quatro anos depois de autorizada pela Aneel.

As usinas termelétricas servem principalmente de reforço para o abastecimento de energia elétrica do Brasil que tem como fonte principal a geração de energia em hidrelétricas. (E.A.)
FONTE - FOLHA DE LONDRINA

Norte Pioneiro elege dois deputados estaduais e um federal

Pedro Lupion e Romanelli garantem reeleição enquanto Diego Garcia, de Andirá, surpreende e se elege deputado federal com 61 mil votos

Gustavo Carneiro/5-10-2014
Resultado das urnas garante boa representatividade política aos municípios da região
Andirá – O Norte Pioneiro saiu das eleições deste ano com dois candidatos reeleitos para a Assembleia Legislativa: Pedro Lupion (DEM) e Luiz Cláudio Romanelli (PMDB). Enquanto Lupion conquistou 63.579 eleitores, o peemedebista e ex-secretário de Estado do Trabalho na gestão de Beto Richa (PSDB), atingiu 60.298 votos. Outro candidato bem votado na região foi Evandro Junior (PSDB), que tem base na região de Maringá. Neto de Hermas Brandão, ele foi beneficiado com a ausência do avô e do tio Hermas Brandão Junior (PSB), de Andirá, e se elegeu com 64.467 votos.

Os eleitores de Andirá podem não contar com a representatividade direta da família Brandão, mas não têm do que reclamar. Isto porque é da cidade uma das grandes surpresas desta eleição: Diego Garcia (PHS). O comerciante de 29 anos, ligado à Renovação Carismática Católica, foi eleito a deputado federal com a expressiva votação de 61.063 votos. Com o apoio de quase vinte paróquias da região, o coordenador diocesano em Jacarezinho, cidade da família da esposa Beatriz, conseguiu canalizar os votos dos fiéis da Igreja Católica.

O comerciante nunca havia se candidatado antes. Garcia foi o mais votado em três cidades da região e ficou entre os cinco mais votados em sete municípios. Excluindo-se parentes de políticos, ele é apontado como um dos poucos que representam a renovação política do Paraná na Câmara Federal, ao lado da candidata Christiane Yared (PTN), eleita como a deputada federal mais votada no Paraná, com 200.144 votos. A curitibana é mãe de Gilmar Rafael Souza Yared, que morreu atropelado em 2009 pelo então deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho.

Em entrevista à Rádio Yara, de Bandeirantes, Garcia, disse que vai trabalhar pela reforma política e em questões como a saúde e melhoria das condições das rodovias. Com forte ligação com a Igreja Católica, ele se posicionou contra o aborto, mas defendeu o respeito aos homossexuais. Outro candidato da legenda de Garcia que recebeu boa votação no Norte Pioneiro foi Alex Canziani (PTB), que se elegeu com 187.475 votos. O deputado estadual mais votado no Paraná, Ratinho Junior (PSC), também foi bem votado na região, ficando em primeiro lugar em Siqueira Campos e Curiúva.

Já o candidato a deputado federal mais votado no Norte Pioneiro foi João Arruda (PMDB), reeleito com 172.996. Não natural da região, Arruda mantém bases no Norte Pioneiro e foi o mais votado em quatro das 15 cidades mais populosas: Bandeirantes, Assaí, Jataizinho e Cambará.

DERROTADOS
Já outros candidatos que se destacaram na região não conseguiram se eleger, como o caso de Nelson Padovani (PSC), de Cascavel. O candidato que tentava a reeleição aparece entre os cinco mais votados em nove das principais cidades da região. De Santo Antônio da Platina, Chico da Princesa amargou a terceira derrota consecutiva. Depois de não conseguir a reeleição à Câmara Federal, em 2010, Chico perdeu a disputa à prefeitura de Santo Antônio da Platina para Pedro Claro de Oliveira (DEM), em 2012. Neste pleito, obteve apenas 18.287 votos.

Entre os que não conseguiram se eleger, no entanto, nem todos lamentam a situação. Em sua primeira candidatura a deputado federal, o ex-prefeito de Quatiguá, Efraim Bueno alcançou 24.910 e promete seguir forte para o próximo pleito. Outros estreantes, o advogado Rafael Bonito (PSOL), de Jacarezinho, e o bancário Paulo Leonar (PDT), em Wenceslau Braz, ficaram entre os mais votados nos próprios municípios e despontam como futuras lideranças.


Celso Felizardo
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA

Estatais chinesas mostram interesse pelo Arco Norte


Empresas estudam pagar por análise de viabilidade econômica para projeto e até investir na construção e administração do complexo em Londrina

As estatais chinesas AHCOF International Development e China Machinery Industry Construction Group (Sinoconst) demonstraram interesse em arcar com o estudo de viabilidade econômica e financeira do Arco Norte em Londrina, para avaliar se vale a pena investir no negócio. O grupo, que trabalha com obras de infraestrutura e tem interesse em entrar na América Latina, pediu anteontem informações sobre o anteprojeto ao Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel).

O Arco Norte é uma proposta de desenvolvimento regional, que tem como base um grande aeroporto internacional de cargas, centros de logística intermodal e de tecnologia. Originalmente, a proposta era usar uma área de 5,7 mil hectares ao lado da Mata dos Godoy, que foi decretada de utilidade pública em 2009 pela prefeitura. A declaração foi revogada em 2013 a pedido da Promotoria do Meio Ambiente de Londrina, pelo risco de impacto ambiental na reserva.

O prefeito Alexandre Kireeff descarta fazer uma análise de risco ambiental antes de ter a de viabilidade econômica. Outras empresas e consultorias se propuseram anteriormente a fazer o estudo financeiro do projeto, como a Agência dos Estados Unidos para o Comércio e Desenvolvimento (USTDA) e a Lufthanza Consulting, que desistiram no ano passado e fizeram com que o assunto Arco Norte esfriasse e voltasse para a gaveta.

A proposta da USTDA era embasar um plano para vender o Arco Norte a investidores nos EUA, mas, desta vez, as estatais chinesas tem interesse em fazer os estudos para assumirem o projeto. Intermediário no negócio, o advogado especialista em importe de capital estrangeiro Bruno Pedalino afirma que as estatais chinesas atuam com construção e administração de projetos, desde hidrelétricas e aeroportos até condomínios.

O interesse em assumir o projeto do Arco Norte se deu porque as empresas passaram a financiar obras fora da China e pretendem entrar na América Latina nos próximos anos. "Existem várias modalidades de operação com que eles trabalham, como construir e pagar por uma estrada, explorar o pedágio até recuperarem o investimento e os juros e depois devolver ao governo", diz Pedalino, sobre uma possível parceria público privada (PPP).

Ao município, caberia a doação do terreno. O advogado afirma que os chineses trabalham com juros de 6% ao ano e fazem operações em dólares ou reais, o que reduz o impacto em caso de flutuações cambiais. A Sinoconst, maior empreiteira estatal do país asiático, faria a construção e a AHCOF, os serviços de logística. "Devemos criar mecanismos, nós, da região de Londrina, para que as coisas aconteçam, para que as empresas cheguem, e os mecanismos eficazes dependem de se criar infraestrutura."

O presidente da Codel, Bruno Veronesi, enviaria ainda nesta semana o projeto para os chineses. Ele afirma que a administração foca, no momento, a ampliação do Aeroporto Governador José Richa, para que possa receber mais cargas, ampliar a demanda do terminal e viabilizar o Arco Norte para o futuro. "O fluxo foi 26 vezes maior no primeiro semestre deste ano do que no do ano passado e cerca de 65% da carga que tramita por Maringá é da Região Metropolitana de Londrina", diz.

Para Veronesi, a identificação de viabilidade facilitaria o interesse da iniciativa privada, mas o estudo pode custar até US$ 2,5 milhões (R$ 5,9 milhões). "Se não, vai ter de ser projeto de governo, mas, se houver demanda pronta em um arco de 150 km do aeroporto, as empresas financiam", conta. No entanto, ele lembra que é preciso que a produção regional seja de alto valor agregado, para que o transporte aéreo se pague.

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Fábio Galiotto
Reportagem Local-folha de londrina